“Selic” talvez seja a palavra mais repetida quando começam as discussões sobre economia, finanças ou investimentos. Tudo parece, em algum grau, estar relacionado com ela. E na verdade, é isso mesmo.
Ainda mais essa semana, onde o Banco Central decidiu e divulgou na quarta-feira uma alta de 0,5 ponto percentual, para 2,5% ao ano.
SAIBA MAIS
Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela influencia todas as demais taxas de juros do Brasil, como as cobradas em empréstimos, financiamentos e até de retorno em aplicações financeiras.
Como funciona?
Para explicar a Taxa Selic, é preciso voltar a uma necessidade básica de qualquer governo: ter dinheiro para fazer investimentos e pagar dívidas.
Sabemos que, apesar da principal forma de arrecadação ser por meio dos impostos, outra forma de arrecadar dinheiro é com empréstimos – como por meio dos títulos do Tesouro Nacional que o governo emite.
Como assim?
Os títulos do Tesouro são certificados de dívida emitidos e vendidos pelo próprio governo. Quem compra um título ganha o direito de, em determinada data, receber o valor de volta com o acréscimo desses juros (Juros Selic).
Quais são os reflexos de seu aumento ou diminuição?
Podemos dizer que o Banco Central:
Ao aumentar a Selic, tem como objetivo desacelerar a economia, impedindo a inflação de ficar muito alta; Com juros mais altos, fica mais caro tomar crédito – e não só para os consumidores, como também para as empresas e o próprio governo. Isso desestimula o consumo e ajuda a controlar os preços (e consequentemente a inflação).
E, ao baixar a Selic, tem como objetivo estimular o consumo e aquecer a economia, aumentando a inflação quando ela está abaixo da meta.
Ou seja:
Se a Taxa Selic diminui:
O QUE ACONTECE?
· O crédito fica mais acessível, já que os bancos tendem a abaixar as taxas de juros;
· Consequentemente, com mais dinheiro circulando, a inflação tende a subir.
Se a Taxa Selic aumenta:
O QUE ACONTECE?
· Os preços tendem a baixar ou ficar estáveis, como uma consequência do controle da inflação, pela diminuição do consumo;
· Os juros de crédito, parcelamento e cheque especial ficam mais altos.
Sobre seus investimentos, quais são afetados pela Selic?
Considerando que a Taxa Selic tem forte influência na taxa de remuneração de diversos investimentos, qualquer mudança impacta a rentabilidade desses produtos financeiros, como:
· Títulos do Tesouro Direto (Tesouro Selic); · Caderneta de poupança; · Investimentos de Renda Fixa. (Certificado de Depósito Bancário (CDB), debêntures, Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDSC), etc)
Resumindo:
Em períodos de Selic elevada os investimentos de renda fixa podem se tornar opções mais atraentes, enquanto em épocas de juros baixos a renda variável (mercado de ações, por exemplo) tende a oferecer melhores retornos.